Vista da Casca D'Anta- primeira cachoeira após a nascente histórica, no Parque Nacional da Serra da Canastra
Vanessa
Caroline da Fonseca
O rio São Francisco, descoberto pelos
portugueses em 1502, possui cerca de 2700 quilômetros desde a nascente, na região
da Serra da Canastra (em Medeiros, Minas Gerais), até sua foz, na divisa de
Alagoas com Sergipe.
O Rio da Integração Nacional, como é
chamado, atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas e se divide em quatro
trechos: o Alto São Francisco, que vai de suas cabeceiras até Pirapora, em
Minas Gerais; o Médio, de Pirapora, onde começa o trecho navegável, até
Remanso, na Bahia; o Submédio, de Remanso até Paulo Afonso, também na Bahia; e
o Baixo, de Paulo Afonso até a foz.
O Velho Chico possui 168 afluentes e
é extremamente importante para a economia da região por onde passa, sendo usado
para navegação (em alguns trechos), irrigação de plantações e pesca, gerando
emprego e renda. Essas águas também movimentam os geradores de cinco
hidrelétricas brasileiras: Paulo Afonso, Itaparica, Moxotó, Xingó e Sobradinho.
Em função desta importância, o governo federal toca uma das maiores obras de
engenharia brasileira, a transposição do Rio São Francisco para que suas águas possam atingir regiões
que sofrem com a seca. O projeto é visto como a
solução para o grave problema da seca no Nordeste, distribuindo água a 390
municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte -
uma população de 12 milhões de pessoas. O prazo para realização do projeto é de
20 anos, a um custo estimado de até R$ 8 bilhões.
Ao longo do seu percurso o rio liga o Sudeste e o Centro-Oeste com o Nordeste e exibe sua
grande biodiversidade. Essa exuberância é ameaçada pelo crescimento
desordenado das cidades, falta de planejamento ambiental, o que resulta no
acréscimo da poluição domestica e industrial. Essa situação causa prejuízos
significativos à sociedade, criando condições ambientais inadequadas. Alguns
programas de revitalização do rio buscam, em prazo menor possível, melhorar a
qualidade de suas águas. O Projeto de Integração do Rio São Francisco, por
exemplo, conta com 36 programas básicos ambientais que objetivam o repasse de informações e o incentivo à adoção de
hábitos e posturas ambientalmente corretos e socialmente adequados. Esses
programas possibilitam evitar e compensar os impactos negativos como também
potencializar os positivos, impostos ao Velho Chico.
A
água é um patrimônio do planeta, portanto cuidar dela é responsabilidade de
todos. Sua proteção constitui uma obrigação
jurídica para todo ser humano ou grupo social que a utiliza, ela não deve ser
desperdiçada, nem poluída, nem degradada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para
que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade
das reservas atualmente disponíveis. Esta questão não deve ser ignorada nem
pelos indivíduos e nem pelo Estado, esse texto está contido na Declaração dos
Direitos da Água, documento redigido pela ONU em 1992 e que merece destaque.
Trecho do Rio São Francisco