quarta-feira, 21 de março de 2012

Cuidar da água: uma obrigação


Renato Muniz Barretto de Carvalho

O mundo sempre mudou desde que é mundo, e vai continuar mudando sempre. Eis aí uma constatação óbvia que, no entanto, não nos livra da obrigação de perceber e estudar estas mudanças e seus reflexos na vida humana. A segunda metade do século XX foi pródiga em mudanças. Mudanças geopolíticas importantes, além de outras, de paradigmas, que nos orientaram na busca de novos modelos e de respostas para os novos problemas que surgiram.

A economia mundial expandiu-se de forma fantástica no século XX. Esta expansão ocorreu de forma muito desigual, afetando países e povos de maneira positiva ou negativa em circunstâncias díspares e contraditórias, trazendo impactos significativos para a vida das pessoas. A indústria desenvolveu novos materiais, processos e produtos sem os quais não se sabe se a humanidade conseguiria viver da forma como vive hoje. Entre eles estão os automóveis, a aviação, a informática, as telecomunicações e o plástico. Ao lado do grande progresso representado por tudo isso, se agravou a poluição e o que ficou conhecido como o custo social e ambiental do progresso. Se a produção e o avanço técnico aumentaram numa rapidez incalculável em relação aos padrões do século XIX, o acúmulo de lixo no planeta torna-se um dos principais desafios no começo do século XXI. Oceanógrafos e outros estudiosos dos oceanos fizeram advertências graves sobre as condições de poluição dos mares, contaminados com toneladas de material plástico e outros poluentes, nem sempre visíveis. Até o século XIX, o lixo produzido era basicamente lixo biodegradável, hoje não.

Esta situação de degradação afeta principalmente as águas, bem imprescindível ao ser humano. Talvez a idéia de ciclo fechado presente no ciclo hidrológico tenha contribuído para se tratar a água com descaso. Além disso, a água é um solvente por excelência. Há quem diga que o planeta devesse ser chamado de planeta água devido à sua abundância na superfície terrestre.

Das mudanças que os últimos 20 anos trouxeram, uma delas refere-se às nossas concepções e práticas a respeito do uso da água. Existem aqueles que já falam na guerra da água como uma das tensões geopolíticas contemporâneas. Conflitos que já estariam ocorrendo, por exemplo, na África e no sudeste asiático. Uma antiga certeza se confirma: a água é um direito de todos.

Da água consumida no Brasil, uma parte é usada no abastecimento urbano residencial, outro tanto na indústria e uma grande parte na irrigação. Como se percebe, para que o setor agropecuário continue crescendo, a água é fundamental. Algumas estimativas dizem que um tomate necessita de 30 litros de água, um litro de leite precisa de 4 litros de água, e um quilo de carne consome 16 mil litros. Se a água é constante na superfície terrestre, temos de perceber, no entanto, que sua demanda cresce desproporcional em relação à capacidade de usá-la racionalmente, de garantir um aproveitamento de modo a não causar desperdício. Duas questões se colocam de forma preocupante: o seu aproveitamento racional e sua qualidade. De nada adianta a existência de água poluída, nem a fúria destruidora das águas que descem violentas, arrasando barrancos, arrancando árvores, isso para não falar de casas, pontes e plantações.

A água não vai acabar, mas cuidar dela é urgente. Seu uso sustentável significa conhecer melhor suas características, os efeitos das atividades econômicas sobre sua disponibilidade e sua qualidade, a correta administração dos mananciais e uma distribuição eqüitativa e justa. Significa também tratar o esgoto urbano e industrial e os dejetos oriundos da atividade agropecuária.

Renato Muniz Barretto é geógrafo, professor universitário, coordenador do Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Talentos Humanos (FACTHUS) e escritor. Artigo publicado também no Jornal Gestão Responsável, Ano III, nº 09, 2012. 

sábado, 17 de março de 2012

Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais


O Estado de Minas Gerais possui 36 comitês de bacias hidrográficas, um para cada unidade de planejamento e gestão de recursos hídricos do Estado. Os comitês são a base da gestão participativa e compartilhada das águas e compostos por representantes do poder público, da sociedade civil e do setor produtivo. Eles são responsáveis pelo gerenciamento local das águas, inclusive, por solucionar, em primeira instância, os problemas e conflitos de interesse dos usos da água em suas respectivas bacias.

Como participar de um comitê? 

Todas as reuniões dos comitês são públicas e todos os participantes podem manifestar a sua opinião sobre os temas discutidos na plenária. O direto ao voto, entretanto, é restrito aos membros do comitê. Eles são eleitos por meio de um processo democrático e nomeados pelo governador do Estado, com mandato renovado a cada quatro anos. Os comitês têm vagas distribuídas nas categorias poder público, setor empresarial e sociedade civil organizada. Informações sobre os comitês e os processos eleitorais estão disponíveis no Portal dos Comitês: http://comites.igam.mg.gov.br/new/.

Fonte: Página dos Comitês de Bacia no Facebook

quinta-feira, 15 de março de 2012

CODAU lança 6ª Semana da Água



O Codau e a Prefeitura de Uberaba lançam oficialmente neste domingo, dia 18 de março, a 6ª Semana da Água, evento anual organizado para comemorar o dia mundial da água e reforçar a mobilização em torno da preservação do meio ambiente. O Codau abrirá as festividades neste domingo, no Parque da Cidade, oportunidade em que lançará um novo DVD e cartilha da Turma da Clarinha, a mascote dos programas de educação ambiental desenvolvidos pela autarquia de saneamento.

Durante a semana, entre segunda (dia 19) e sexta-feira (23) as atividades serão no Cine Teatro Municipal Vera Cruz, nos horários das 8h às 11h e das 13h às 17h. Lá estandes educativos serão montados por equipes da Prefeitura e parceiros da Semana. Dentro do teatro o espetáculo será a cargo do Grupo Todo Um de Teatro, com apresentação da peça S.O.S. A Vida Pede Socorro, do autor uberabense Tiago de Melo Andrade. Ele é autor de 30 livros de literatura infantil, juvenil e adulta e com mais quatro previstos para serem lançados em maio. O texto do livro é bem humorado e inteligente que leva o leitor a refletir sobre o futuro do planeta.

José Luiz Alves, presidente do Codau, afirmou que a proposta é a de ampliar o conceito de uso adequado dos recursos naturais, por isso a escolha por uma linguagem teatral para abordar o tema. Já está agendas a participação de 56 escolas da rede pública e privada e previstos em torno de nove mil alunos, com idade entre oito e 11 anos. Para cada participante haverá distribuição da nova cartilha da Turma da Clarinha, kits e lanche.

Os parceiros do evento também estão preparando brindes e atividades educativas para recepcionar os estudantes. Neste ano o Codau conta com o apoio da TV Integração, Cemig, Polícia Militar, Museu do Zebu, Nutriplus, Circuito dos Lagos, Grupo Alfa, Colégio CEU, Facthus, Usina hidrelétrica de Igarapava, Certrim, Usina de Álcool de Açúcar Vale do Tijuco, Sítio da Pedreira e Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social

A FACTHUS apoia este evento e seus alunos e professores estarão no Cine Teatro Municipal Vera Cruz durante toda a Semana.

Teleconferência “Rio+20" no SENAC



No próximo dia 22 de março, das 15h às 17h, o SENAC realizará a Teleconferência “Rio+20: mudanças climáticas”,com a participação dos especialistas em meio ambiente e desenvolvimento sustentável: Ildeu de Castro Moreira, do Instituto de Física da UFRJ; José Antonio Marengo Orsini, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; e Sérgio Besserman Vianna, presidente do Grupo de Trabalho da Prefeitura carioca para a Conferência Rio+20. Eles estarão debatendo os impactos das mudanças do clima no cotidiano das cidades, o papel dos museus e centros de ciências na educação ambiental e na mitigação dos efeitos das alterações climáticas no Planeta.

Focado, especificadamente, no público externo, o evento pode ser uma oportunidade interessante para ações de relacionamento com grupos de interesses da área ambiental, como: parlamentares ligados à causa preservacionista de seu estado e membros das comissões legislativas estaduais focadas no Meio Ambiente, membros dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; secretarias estaduais e municipais de Meio Ambiente; representantes do meio acadêmico e de organizações não-governamentais voltados à ecologia ; e outros gestores e especialistas com interesses afins.

A participação poderá ser validada como “atividade complementar” aos acadêmicos, que deverão solicitar declaração de participação na Secretaria do Senac.

Fonte: Assessoria de Imprensa do SENAC

Audiência Pública – Transposição do Rio Claro



A cidade de Uberaba enfrenta, desde o final do século XX, o problema da escassez de água nos meses de seca. Diversas soluções foram propostas e discutidas ao longo dos anos. Uma delas, bastante controversa, foi trazer água do Rio Grande. Outra foi a exploração das águas subterrâneas (aquífero).

A transposição do Rio Claro, da Bacia do Rio Paranaíba, aparece como uma das soluções mais viáveis e de menor custo, ambiental inclusive.

Cumprindo determinações legais, o Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (CODAU) e o Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) promovem uma Audiência Pública no dia 21 de março, quarta-feira, às 18h30, no Auditório do Centro Administrativo da Prefeitura Municipal de Uberaba, situado à Avenida Dom Luiz Santana, 141, Bairro Santa Marta.

O RIMA está disponível no site: www.codau.com.br

Cuidar da água é obrigação de todos. Participar da audiência pública é uma atitude de cidadania.

II Seminário da COOPERU



Na sequência dos eventos, o Blog destaca o II Seminário Tecnológico de Reciclagem do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba em Uberaba

A Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (Cooperu) promove o seu seminário no dia 21 de março, quarta-feira, no Anfiteatro Mário Pimenta Camargo, na Prefeitura Municipal, situada à Avenida Dom Luiz Santana, 141, Bairro Santa Marta. Horário: das 07h30 às 18h. Valor do ingresso: 2 quilos de alimentos não-perecíveis.

Programação
  • Política reversa de eletro-eletrônicos
  • Inserção dos técnicos no mercado de trabalho da coleta seletiva
  • Formação da rede das cooperativas de catadores – uma forma eficaz de fazer distribuição de renda
  • O alto custo da coleta da coleta seletiva
  • A responsabilidade do poder público local de apoio à política nacional de distribuição de renda e apoio às cooperativas de catadores.

 O professor Renato Muniz (FACTHUS, CEA Sítio da Pedreira e um dos responsáveis por este Blog)  é um dos palestrantes neste evento.

Eventos de março de 2012



Diversos eventos relacionados à questão ambiental movimentam Uberaba e região no final de março. A equipe do Blog Meio Ambiente Total selecionou alguns destes eventos para divulgação. Confiram.

I Workshop das Bacias dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande

No dia 16 de março de 2012, das 9 às 18 horas, acontece o “I Workshop das Bacias dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande”, no Auditório da 5ª Companhia de Polícia Militar do Meio Ambiente de Uberaba. Vários temas serão debatidos, dentre eles tratamento de resíduos sólidos, empreendimentos minerários, averbação da reserva legal. Confira na íntegra a programação:

9h às 9h15 – Abertura
Luciano Luz Badini Martins, Coordenador do Centro Operacional do Meio Ambiente – CAOMA

9h30 – Nova Estrutura do SISEMA, SUPRAM, IEF e IGAM. Fiscalização. Licenciamento e Perícias
Superintedente e Equipe Técnica da SUPRAM TM-AP

10h – Empreendimentos Minerários
Equipe Técnica da SUPRAM TM-AP

10h30 – Crimes Ambientais com Enfoque Prático
André Luis Alves de Melo, Promotoria de Justiça de Araguari

11h30 – Almoço

13h30 – Política Municipal de Meio Ambiente, Tratamento de Resíduos Sólidos e Tratamento de Efluentes
Rodrigo Borges de Barros, Subsecretário de Meio Ambiente de Uberaba

14h30 – Audiências Coletivas para Regularização Ambiental (averbação da reserva legal, licenciamento e outorga para uso dos recursos hídricos)
Carlos Alberto Varela, Coordenador Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande

15h – NIEIA – Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Ações Ambientais
Carlos Alberto Varela, Coordenador Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande

15h30 – Coffee Break

16h – Debates

18h – Encerramento

quinta-feira, 8 de março de 2012

Rio + 20


 
Fernanda da Costa Guimarães

Entre os dias 20 e 22 de junho deste ano, líderes dos 193 Estados que fazem parte da ONU, além de representantes de vários setores da Organização, se reunirão para discutir como podemos melhorar o nosso planeta para as gerações futuras.

A ideia da realização desta Conferência no Brasil foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em 2007, fez a proposta para ONU. A reunião acontecerá no Rio de Janeiro, exatamente 20 anos depois de outra conferencia internacional que tinha objetivos muito semelhantes: a Eco 92, também promovida pela ONU, na capital fluminense, para debater meios possíveis de desenvolvimento sem desrespeitar o meio ambiente.

O Evento (Eco 92) rendeu a criação de vários documentos importantes – como a Agenda 21, a Carta da Terra e as Convenções de Clima e da Diversidade Biológica –, além de ter consagrado uma menina de 12 anos: a canadense Severn Cullis-Suzuki, fundadora do movimento Environmental Children's Organization (ECO), que ficou marcada na historia da Eco 92. Em discurso, a menina pediu aos adultos mais respeito pelo mundo que eles deixariam pra ela e para as futuras gerações.

Vinte anos depois, a Rio + 20 reunirá os lideres de todo o mundo para fazer um balanço do que foi feito nas ultimas duas décadas e discutir novas maneiras de recuperar os estragos que já fizemos no planeta, sem deixar de progredir. No mesmo período da reunião oficial, o Rio de Janeiro sediará, também, a Cúpula dos Povos, um evento que contará com debates, palestras e uma porção de outras atividades sobre os mesmos temas da conferencia da ONU, mas que serão promovidos por grupos da sociedade civil, como ONGs e empresas.

Mercado de trabalho e sustentabilidade



O mercado de trabalho para os engenheiros ambientais atualmente está em expansão. Poucas profissões possuem um papel tão importante na difícil tarefa de conciliar desenvolvimento com sustentabilidade. O engenheiro que atua nessa área desenvolve e aplica tecnologias para proteger o meio ambiente dos danos causados pelas atividades econômicas. 

A presença desse profissional é cada vez mais necessária, visto que a preservação ambiental esta deixando de ser uma opção para se tornar uma obrigação, para toda a sociedade. Os especialistas desta área encontram oportunidades de trabalho em centros de pesquisa, órgãos de gerenciamento e controle ambiental, ONGs, empresas de saneamento e de abastecimento de água, energia elétrica e vigilância sanitária, universidades e departamentos de controle da poluição de instituições privadas e públicas. Também são potenciais empregadores as empresas de construção civil, empresas de consultoria e órgãos encarregados da definição de políticas públicas ambientais.

Vanessa Caroline da Fonseca (Graduanda em Engenharia Ambiental na Faculdade de Talentos Humanos – FACTHUS, de Uberaba, MG. Coordenadora de Serviços e Qualidade numa empresa do setor de alimentação no município de Uberaba – MG).